quarta-feira, 29 de abril de 2015

Introdução Alimentar para Bebês

Quando e Como começar?
 
 A partir dos 6 meses, as necessidades nutricionais da criança já não são mais

atendidas só com o leite materno, embora este ainda continue sendo uma

fonte importante de calorias e nutrientes.

 A partir dessa idade, a criança já apresenta maturidade fisiológica e

neurológica para receber outros alimentos.

 Mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar

no peito até os 2 anos ou mais (segundo SBP). O leite materno continua alimentando a

criança e protegendo-a contra doenças. (é sempre bom lembrar que ele também evita uma série de alergias).

Com a introdução dos alimentos complementares é importante que a

criança receba água nos intervalos. A água oferecida deve ser a mais limpa

possível (tratada, filtrada e fervida).

 A partir dos 6 meses o reflexo de protusão  da língua diminui

progressivamente, o que facilita a ingestão de alimentos semissólidos; as

enzimas digestivas são produzidas em quantidades suficientes para essa

nova fase; e a criança desenvolve habilidade para sentar-se, facilitando a

alimentação oferecida por colher.

 Os alimentos complementares, especialmente preparados para a criança,

são chamados de alimentos de transição. A partir dos 8 meses de idade

a criança já pode receber gradativamente os alimentos preparados para a

família, desde que sem temperos picantes, sem alimentos industrializados,

com pouco sal e oferecidos amassados, desfiados, triturados ou picados em

pequenos pedaços.

 A introdução dos alimentos complementares deve respeitar a identidade

cultural e alimentar das diversas regiões, resgatando e valorizando os alimentos regionais, ou seja, as frutas, legumes e verduras produzidas localmente.

A criança que inicia a alimentação complementar está aprendendo a testar

novos sabores e texturas de alimentos e sua capacidade gástrica é pequena.

Após os 6 meses, a capacidade gástrica do bebê é de 20 a 30ml/Kg de peso.
 
 
Veja como fica na Prática:

Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) 3 vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno, e 5 vezes ao dia se estiver desmamado.


·          A partir do 6º mês pode-se iniciar 2 refeições de fruta e 1 papa principal, conforme os horários da família. O termo “papa principal” foi substituído por papa salgada, pois não há necessidade de introduzir sal às refeições, o sal intrínseco nos alimentos é o suficiente.

·         O método de introdução de alimentos vai depender da escolha de cada família, seja o tradicional na consistência de purê, com os alimentos amassados com o garfo, ou os alimentos dados de forma inteira, ou em pedaços em formato de haste, que caibam num punho fechado da criança (de forma que ela possa pegar), o chamado baby-led-weaning. BLW. (vou explicar um pouco mais em outro Post)

·         Com 7 meses, pode-se acrescentar a 2ª papa principal, ficando 2 papas principais e 2 refeições de frutas.

·         Com 1 ano, a criança já participa plenamente das refeições da família, com 3 refeições principais e 2 refeições menores de fruta ou cereais.


·         A absorção de ferro do leite materno diminui de forma significativa com a introdução de novos alimentos, por isso deve-se comer carnes, vísceras ou miúdos 1 vez por semana pelo menos.

·         Para aumentar a absorção de ferro, deve-se ingerir alimentos ricos em vitamina C, junto ou logo após a refeição. Alimentos ricos em vitamina C:

·         A papa principal deve conter um alimento de cada grupo, podendo alternar os dias. Grupo de cereais ou tubérculos, grupo de legumes e verdura, grupo com alimentos de origem animal (carne, frango, ovo, miúdos ou peixe), e o grupo  das leguminosas (feijão sopa, lentilhas). Veja a tabela abaixo com exemplos dos grupos de alimentos.


·         O ovo cozido pode ser introduzido aos 6 meses. A sua introdução tardia está relacionada com desenvolvimento de alergia. Se houver história familiar de alergia alimentar, converse com o pediatra antes para orientações.

 Oferecer alimentos sem rigidez de horários, respeitando a vontade da criança, procurando adaptá-las às refeições da família


·          Crianças amamentadas ao seio materno desenvolvem bem cedo o mecanismo de saciedade e de sensação de fome, pois com a amamentação sob livre demanda, o bebê determina os horários. Pela alta digestibilidade e absorção do leite materno, sabemos que crianças que mamam no peito têm mamadas mais frequentes e curtas, também limitadas pelo próprio tamanho do estômago do bebê.

·         Não conseguimos mensurar exatamente quanto que um bebê mama no peito, mas podemos dizer se está adequado através de medidas indiretas, como o ganho de peso adequado e quantidade de vezes que o bebê faz xixi ou cocô. Isso é o mais importante! Não devemos ficar presos a quantidades e medidas, mas sim ter um bom acompanhamento com o pediatra para saber se ele está crescendo e se desenvolvendo adequadamente.

·         Quando os alimentos começam a ser introduzidos, a criança também passa a fazer esse controle sobre os alimentos também (por isso é tão importante que sejam oferecidos alimentos saudáveis…).

·         Lembre-se que para a criança isso significa uma mudança radical, pois passa de uma dieta liquida, para mista, com texturas e sabores completamente diferentes!

·         A capacidade gástrica da criança é pequena, e após os 6 meses é em torno de 20 a 30ml/kg. Por exemplo, uma criança com 7kg, tem uma capacidade gástrica em torno de 200ml, para cada refeição.

·         Os horários não são rígidos, mas a regularidade é importante, a criança deve sentir fome para que possa comer! Ficar beliscando durante as refeições, principalmente guloseimas, acaba com o apetite e a criança deixa de comer alimentos saudáveis para comer “besteirinhas”, além de criar um hábito difícil de ser tirado depois…

·         Não brigue com o seu filho para que ele coma tudo o que VOCÊ quer ou o obrigue a comer até o fim.

·         Evite dar prêmios ao seu filho para que ele coma, ou castigo caso não comer. Essa manipulação é prejudicial e o seu filho pode querer usar isso também para conseguir o que quer.

  O que os papais desconhecem e deveriam saber em relação à criança e sua demanda por alimentos:


·          Crianças tem personalidades diferentes e nem sempre o que funcionou com um funcionará com o outro. Isso vale pra tudo não é mesmo? Isso significa que apetites também variam e é preciso lidar as particularidades de cada uma, respeitando sua personalidade.

·         Os pais vão aprender com o tempo a diferenciar as sensações e incômodos do seu filho. Se é fome, sede, se está com a fralda suja, com calor ou frio, e ainda quando querem carinho e atenção. Conforme aprendemos isso, vai ficando mais fácil!

·         Criamos uma expectativa muito grande em relação a quantidade de alimento que a criança precisa comer…geralmente achamos que deveriam comer muito mais do que o necessário para ela. Isso pode gerar muita frustração e ansiedade. Por outro lado, essa oferta excessiva de alimentos (muitas vezes inadequados e não tão saudáveis) pode levar a um comportamento de risco para desenvolvimento de sobrepeso e até obesidade no futuro.

A alimentação saudável e feliz, requer cuidados e uma orientação prática.
Converse com seu médico, pediatra ou nutricionista e, boa sorte!

Minha sobrinha Catarina comendo feijão preto!

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