A partir dos 6 meses, as necessidades nutricionais da criança
já não são mais
atendidas só com o leite materno, embora este ainda continue
sendo uma
fonte importante de calorias e nutrientes.
A partir dessa idade, a criança já apresenta maturidade
fisiológica e
neurológica para receber outros alimentos.
Mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a
mamar
no peito até os 2 anos ou mais (segundo SBP). O leite materno continua
alimentando a
criança e protegendo-a contra doenças. (é sempre bom lembrar que ele também evita uma série de alergias).
Com a introdução dos alimentos complementares é importante
que a
criança receba água nos intervalos. A água oferecida deve ser a
mais limpa
possível (tratada, filtrada e fervida).
A partir dos 6 meses o reflexo de protusão da língua diminui
progressivamente, o que facilita a ingestão de alimentos
semissólidos; as
enzimas digestivas são produzidas em quantidades suficientes
para essa
nova fase; e a criança desenvolve habilidade para sentar-se,
facilitando a
alimentação oferecida por colher.
Os alimentos complementares, especialmente preparados para a
criança,
são chamados de alimentos de transição. A partir dos 8 meses de
idade
a criança já pode receber gradativamente os alimentos
preparados para a
família, desde que sem temperos picantes, sem alimentos
industrializados,
com pouco sal e oferecidos amassados, desfiados, triturados ou
picados em
pequenos pedaços.
A introdução dos alimentos complementares deve respeitar a
identidade
cultural e alimentar das diversas regiões, resgatando e
valorizando os alimentos regionais, ou seja, as frutas, legumes e verduras
produzidas localmente.
A criança que inicia a alimentação complementar está aprendendo
a testar
novos sabores e texturas de alimentos e sua capacidade gástrica
é pequena.
Após os 6 meses, a capacidade gástrica do
bebê é de 20 a 30ml/Kg de peso.
Veja como fica na Prática:
Ao completar 6 meses, dar alimentos
complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) 3
vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno, e 5 vezes ao dia se
estiver desmamado.
·
A partir do 6º mês pode-se iniciar 2 refeições de fruta
e 1 papa principal, conforme os horários da família. O termo “papa principal”
foi substituído por papa salgada, pois não há necessidade de introduzir sal às
refeições, o sal intrínseco nos alimentos é o suficiente.
·
Com 7 meses, pode-se acrescentar a 2ª papa principal, ficando
2 papas principais e 2 refeições de frutas.
·
Com 1 ano, a criança já participa plenamente das refeições da
família,
com 3 refeições principais e 2 refeições menores de fruta ou cereais.
·
A absorção de ferro do leite materno diminui de forma
significativa com a introdução de novos alimentos, por isso deve-se
comer carnes, vísceras ou miúdos 1 vez por semana pelo menos.
·
Para aumentar a absorção de ferro, deve-se ingerir alimentos
ricos em vitamina C, junto ou logo após a refeição. Alimentos ricos em
vitamina C:
·
A papa principal deve conter um alimento de cada grupo,
podendo alternar os dias. Grupo de cereais ou tubérculos, grupo de legumes e verdura, grupo
com alimentos de origem animal (carne, frango, ovo, miúdos ou peixe), e o grupo
das leguminosas (feijão sopa, lentilhas). Veja a tabela abaixo com
exemplos dos grupos de alimentos.
·
O ovo cozido pode ser introduzido aos 6 meses. A sua introdução
tardia está relacionada com desenvolvimento de alergia. Se houver história
familiar de alergia alimentar, converse com o
pediatra antes para orientações.
Oferecer alimentos sem rigidez de
horários, respeitando a vontade da criança, procurando adaptá-las às refeições
da família
·
Crianças amamentadas ao seio materno desenvolvem bem
cedo o mecanismo de saciedade e de sensação de fome, pois com a
amamentação sob livre demanda, o bebê determina os horários. Pela alta
digestibilidade e absorção do leite materno, sabemos que crianças que mamam no
peito têm mamadas mais frequentes e curtas, também limitadas pelo próprio
tamanho do estômago do bebê.
·
Não conseguimos mensurar exatamente quanto que um bebê mama
no peito, mas podemos dizer se está adequado através de medidas indiretas, como o ganho de peso
adequado e quantidade de vezes que o bebê faz xixi ou cocô. Isso é o mais
importante! Não devemos ficar presos a quantidades e medidas, mas sim ter um
bom acompanhamento com o pediatra para saber se ele está crescendo e se
desenvolvendo adequadamente.
·
Quando os alimentos começam a ser introduzidos, a criança
também passa a fazer esse controle sobre os alimentos também (por isso é tão
importante que sejam oferecidos alimentos saudáveis…).
·
Lembre-se que para a criança isso significa uma mudança
radical,
pois passa de uma dieta liquida, para mista, com texturas e sabores
completamente diferentes!
·
A capacidade gástrica da criança é pequena, e após os 6 meses é
em torno de 20 a 30ml/kg. Por exemplo, uma criança com 7kg, tem uma capacidade
gástrica em torno de 200ml, para cada refeição.
·
Os horários não são rígidos, mas a regularidade é importante, a criança deve sentir
fome para que possa comer! Ficar beliscando durante as refeições,
principalmente guloseimas, acaba com o apetite e a criança deixa de comer
alimentos saudáveis para comer “besteirinhas”, além de criar um hábito difícil
de ser tirado depois…
·
Não brigue com o seu filho para que ele coma tudo o que VOCÊ
quer ou o obrigue a comer até o fim.
·
Evite dar prêmios ao seu filho para que ele coma, ou castigo
caso não comer. Essa manipulação é prejudicial e o seu filho pode querer
usar isso também para conseguir o que quer.
O
que os papais desconhecem e deveriam saber em relação à criança e sua demanda
por alimentos:
·
Crianças
tem personalidades diferentes e nem sempre o que funcionou com um funcionará
com o outro. Isso vale pra tudo não é mesmo? Isso significa que
apetites também variam e é preciso lidar as particularidades de cada uma,
respeitando sua personalidade.
·
Os pais vão aprender com o tempo a diferenciar as sensações e
incômodos do seu filho. Se é fome, sede, se está com a fralda suja, com calor ou
frio, e ainda quando querem carinho e atenção. Conforme aprendemos isso, vai
ficando mais fácil!
·
Criamos uma expectativa muito grande em relação a quantidade
de alimento que a criança precisa comer…geralmente achamos que deveriam comer
muito mais do que o necessário para ela. Isso pode gerar muita frustração e
ansiedade. Por outro lado, essa oferta excessiva de alimentos (muitas vezes
inadequados e não tão saudáveis) pode levar a um comportamento de risco para
desenvolvimento de sobrepeso e até obesidade no futuro.
A alimentação saudável e feliz, requer cuidados e uma orientação prática.
Converse com seu médico, pediatra ou nutricionista e, boa sorte!
Minha sobrinha Catarina comendo feijão preto!
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